As fazendas que compõem a marca O’Coffee são 7 no total, situadas no município de Pedregulho, parte integrante da região Mogiana Paulista. Todas as fazendas, com exceção da Fazenda Chapadão, dividem fronteiras entre-si. Tomei o cuidado de separar a publicação em duas e deixar a Fazenda Chapadão em separado, pois ela tem o foco voltado para receber as pessoas. Sua produção não é tão significativa quanto as demais fazendas e ela merecia um post de suas especificidades.
As fazendas Santa Adélia, Santa Maria, Fazendinha, Nossa Senhora Aparecida, São José e Santa Rita são as principais produtoras de café do grupo O’Coffee. A produção de café – este ano – nas fazendas está beirando as 30.000 sacas de café. Tudo o que não é consumido na cafeteria Octávio é vendido ao exterior. O café de varreção é processado e revendido a outras marcas de café.
O que mais me chamou a atenção nas fazendas foi a incrível organização e limpeza de todos os locais. A torrefação tem o chão branco, as pessoas que entram precisam calçar sapatos e toucas. Os estábulos, onde são criados o gado e os carneiros, são incrivelmente limpos. As ruas, a colônia, o cafezal são mantidos meticulosamente limpos e organizados.
Edgard Bressani é o atual administrador das fazendas e o responsável direto por tudo o que agrega valor à marca. Com todos os funcionários que conversei, a admiração pelo trabalho e pela pessoa do Edgard era mais que evidente. Do funcionário mais antigo ao recém-contratado, todos têm orgulho de estar trabalhando no grupo e, por muitas vezes, escutei a palavra ‘nós’ quando se referiam a qualquer coisa feita nas fazendas.
A torrefação é algo que eu não vi em lugar algum. O maquinário é novo, altamente high tech, capaz de processar toda a safra das fazendas do grupo e ainda terceirizar a torra de safras de outras fazendas.
O local de secagem do café é extenso, muito grande. Existe um terreiro tradicional de secagem ao sol, algumas fileiras de terreiros suspensos e algumas estufas, para secagem controlada.
Na parte molhada do processo, o maquinário é equivalente ao que vejo em grandes fazendas. Eles processam café natural, despolpado e descascado. Em alguns tanques separados são feitas experiências com fermentação, para agregar características ao café, como por exemplo fermentação com leite ou caldo de cana.
A colheita é mecanizada. Um trator leva o café colhido até o beneficiamento. Da colheita ao processo de torra, todos os lotes são rastreados e monitorados, preservando-se informações importantes como: variedade do café, local da colheita, data, hora, etc. Antes da torra, uma amostra de cada lote é analisada e pontuada, destacando-se suas principais características e sua destinação final.
A lavoura é renovada constantemente. Resíduos que sobram do processo de beneficiamento do café são reaproveitados, como por exemplo a água remanescente do processo de lavagem, que é rica em potássio, é usada para irrigação de uma plantação de bananas.
A estrutura de produção e beneficiamento do café está muito à frente do que a média nacional. As fazendas estão à altura de qualquer fazenda de um país de primeiro mundo e, quem sabe, usem a vanguarda que tem por aqui para puxar para frente o patamar médio das fazendas brasileiras.
Quando se entra no escritório, você se depara com uma cafeteria muito bem equipada, com duas máquinas de dois grupos cada, alguns moedores profissionais e outros equipamentos de barista. Nesta cafeteria, são ministrados os cursos aos futuros baristas, além de cursos de aperfeiçoamento aos que já são baristas e estão à procura de mais técnicas e conhecimentos. Ao lado da cafeteria existe uma sala com uma grande coleção de itens relacionados ao café, como cafeteiras e moedores de várias partes do mundo.
Agradeço a todos os profissionais das fazendas que dedicaram seu tempo em acolher-me, apresentando todo o cuidado e atenção dedicados à produção do café , sobretudo ao Edgard Bressani pelo convite.